Quem será o próximo governador de MS?

No atual período pré-eleitoral de 2022, muitos candidatos ao governo do Estado (ou pré-candidatos) acabam sendo uma espéci

Noticias gazetacrnews em 06 de agosto, 2021 15h08m
Puccinelli, Zeca do PT, Rose Modesto, Ridel e Nelsinho Trad.
Puccinelli, Zeca do PT, Rose Modesto, Ridel e Nelsinho Trad.

No atual período pré-eleitoral de 2022, muitos candidatos ao governo do Estado (ou pré-candidatos) acabam sendo uma espécie de “balão de ensaio”, ou seja, se lançam ou são lançados no mercado político e da população para serem treinados e testados. Dependendo do resultado, eles acabam seguindo no jogo eleitoral, trabalhando para ganhar musculatura, ou se retirando antes mesmo da disputa.

“É como se fosse um jogo de xadrez, com peças em diferentes funções. Alguns nomes são colocados no tabuleiro e acompanham, com pesquisas e avaliações, para ver como se movem, quais expectativas geram, como evoluem no cenário. Os que têm uma boa aceitação permanecem para construir uma rede de apoio”, segundo a análise do cientista político Antonio Ueno.

“No momento, os nomes mais consolidados para disputar o cargo de governador de Mato Grosso do Sul em 2022 são estes: André Puccinelli, Zeca do PT, Rose Modesto, Eduardo Riedel e Nelsinho Trad. Nossos levantamentos mostram que estes nomes circulam no meio político e social, para a disputa do ano que vem” comentou Ueno.  

André Puccinelli

O ex-governador André Puccinelli lançou recentemente o movimento “Volta, André!”, que, segundo ele foi feito “a pedido de amigos e de parte da população”, conclamando seu retorno ao jogo político para disputar o governo do Estado.

Puccinelli deixou claro que está tentando construir sua candidatura sem “impedimento legal”, visto não ter nenhuma condenação, mesmo tendo sido preso e com o nome envolvido em vários escândalos. “Sofri injustiças, mas mesmo após essas situações, vontade de ser candidato não falta! Sou candidato a governador, vou disputar sim, escreve ai!”, frisou.

André Puccinelli, já foi por duas vezes governador do estado, deputado estadual, deputado federal, secretário de saúde do estado e prefeito de Campo Grande por dois mandatos. Nome forte no MDB e na articulação política estadual, esteve fora da última disputa ao governo por problemas judiciais, com fortes suspeitas de uma ampla “armação política”.

Zeca do PT

Outro pré-candidato favorito que deve entrar na disputa é o ex-governador Zeca do PT. O Partido dos Trabalhadores (PT) nacional anunciou que não abre mão de sua candidatura. Com o crescimento do ex-presidente Lula nas pesquisas, políticos e analistas acreditam que Zeca seria turbinado pela militância podendo disputar o segundo turno, e vencer.

Zeca do PT será um nome forte em 2022. Nas eleições de 1998, pulou de 2% das intenções de voto nas pesquisas, para uma vitória de 61% dos votos válidos no segundo turno. Reelegeu-se em 2002, com 53% dos votos válidos. Zeca do PT foi também, deputado estadual, deputado federal e vereador de Campo Grande.

Rose Modesto

A deputada federal é outro nome que vem circulando de maneira consistente. Ela recentemente afirmou que ainda não é pré-candidata a governadora, mas nos bastidores político todos sabem que ela é, pois vem se movimentando intensamente, principalmente no interior do Estado.

“É uma decisão a ser tomada no momento certo”, ela explica. Vou decidir mais para frente, em abril de 2022, pois o quadro atual é de muitas incertezas e muita coisa precisa ser decantada”, explicou.

“Mas a sociedade está dando sinais de que deseja algo diferente, com mais leveza e sensibilidade, mas também com muita responsabilidade e autoridade”, comenta Rose.

Como Deputada federal mais votada em 2018 ela adquiriu experiência para não cometer erros do passado. Hoje, no PSDB, Rose Modesto já foi vereadora na Capital, vice governadora do estado, idealizadora do Projeto Tocando em Frente, foi candidata a prefeita em Campo Grande, onde obteve quase 170 mil votos.

Para se viabilizar como candidata a governadora, Rose deve buscar um novo partido para disputar as próximas eleições, visto que o tucanato reduziu todos seus espaços internos em torno de outro projeto.

Eduardo Riedel

O Secretário de Infraestrutura e surge como novidade no atual cenário eleitoral, trazendo na bagagem a máquina do Estado e o apoio do agronegócio. “Eu me sinto honrado de ter sido escolhido pelo PSDB para representar essa construção que está sendo feita, a defesa desse legado, que eu farei com muita honra”, afirmou.

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Riedel é empresário do setor rural, presidiu o Sindicato Rural de Maracaju e a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Ele ainda não foi testado nas urnas. Mesmo assim tem contado com reforço determinado e entusiástico do governador Reinaldo Azambuja, pois enxerga nele arejamento político, além de preparo técnico e administrativo.

Nelsinho Trad

O senador é pré-candidato ao governo do Estado pelo PSD (Partido Social Democrático) nas eleições de 2022. No começo do ano, Nelsinho tentou desviar o foco em torno de seu nome, lançando seu irmão, Marquinhos, prefeito de Campo Grande, como candidato. Não empolgou.

A intenção de Nelsinho já foi comunicada à direção nacional do partido e ele espera que os filiados em Mato Grosso do Sul o “convoquem” para a missão. A “convocação”, avalia, é um ato natural por ele ser presidente estadual da legenda, mesmo assim Nelsinho prega cautela e quer ver antes como vai ficar o “tabuleiro político de Mato Grosso do Sul”, observou.

Nelsinho tem longa história política: acumula mandatos de vereador, deputado estadual e prefeito da Capital em duas gestões. Disputou a governadoria em 2014, obtendo pouco mais de 217 mil votos e ficando em terceiro lugar. É o principal pré-candidato do PSD.

Outros possíveis candidatos

Há outros nomes sendo ventilados na disputa. A senadora Soraya Thronicke (PSL) é um deles. Mas ela depende do aval de seu partido e de um sinal do presidente Bolsonaro para tomar a decisão. Ela traz no seu currículo sua atuação no senado, onde defende pautas conservadoras e sinaliza independência quando participa das sessões da CPI da Covid.

Ela espera que se repita o fenômeno das últimas eleições, causando surpresas no eleitorado quando surgiu do nada e venceu contra nomes tradicionais da política sul-mato-grossense.

Ao lado dela, despontam os nomes de Capitão Contar e Coronel, ambos representantes do chamado Bolsonarismo raiz, acompanhando os acontecimentos e avaliando os movimentos políticos para tomar uma decisão.

Há ainda quem aposte na candidatura do prefeito Marquinhos Trad, caso Nelsinho desista. A dúvida de Marquinhos é deixar a cadeira de prefeito e, caso seja derrotado, fique longo período no sereno, perdendo a oportunidade de alimentar o sonho de ser governador no futuro.

O momento é de cautela, dedicação e muita articulação. “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”, já dizia Magalhães Pinto.

Reprodução: Diário MS. 

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