
Uma operação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) nos municípios de Nioaque, Bonito e Jardim está cumprindo dez mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (01) para tentar desbaratar um suposto esquema de corrupção que teria resultado no desvio de mais de R$ 3 milhões no setor da saúde entre 2019 e 2024.
O MP deu à operação o nome de “Auditus”, que em latim significa audição, por suspeitar que tenham sido feitas cobranças indevidas de inúmeros exames, dentre eles os exames de triagem auditiva neonatal (teste da orelhinha) que não eram de fato realizados.
A operação desta terça-feira é resultado de uma investigação conjunta da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Nioaque e do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO).
Os investigadores identificaram supostas fraudes em licitações que tiveram como objeto a contratação de empresa para a prestação de serviços de especialidade médica por meio de consultas, realização de exames e outros procedimentos médicos nos três municípios.
Um dos alvos dos promotores foi a residência da ex-secretária de saúde de Nioaque, Márcia Jara. Sem formação na área, el comandou a pasta da saúde durante boa parte da administração do ex-prefeito Valdir Júnior, que também presidiu a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul).
Uma das principais empresas que prestam serviços à prefeitura de Nioaque é a Prontomed Clínica Médica, que em março do ano passado assinou contrato de R$ 4,6 milhões para prestação de serviços por um ano. Porém, o MPE não informou se ela está entre os alvos da operação.