Brasil: Um país injusto com os pobres; 37 mil mulheres presas amamentam os filhos na cadeia

Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e que também está preso, ganhou na justiça o dir

Justiça gazetacrnews em 27 de março, 2017 20h03m
Uma mãe que está presa amamentando o filho pelo vão da grade.
Uma mãe que está presa amamentando o filho pelo vão da grade.
Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e que também está preso, ganhou na justiça o direito de ser libertada da prisão para cuidar dos filhos. Que país é esse?

Da Redação – O Brasil não é mesmo um país sério. A Justiça concede a “riquinha” Adriana Ancelmo, o direito de sair da prisão para cuidar dos dois filhos do casal – Sérgio Cabral e Adriana, que está presa no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no estado do Rio de Janeiro. Enquanto isso, pouco mais de 37 mil mulheres estão presas em cadeias e penitenciárias no Brasil, e por volta de 80% delas são mães, e também a maioria pobres, e sequer foram orientadas a requerer na justiça o direito que é facultado em lei.

A lei é para todos – diz a Constituição que todos são iguais perante a lei. Mas, isso é quase figurativo, pois a maioria da população não tem acesso aos seus direito, como é o caso das mães presas.

Entre os termos definidos pela Justiça, por exemplo, está a condição de que Adriana Ancelmo não pode deixar o imóvel, a não ser que esteja doente. Além disso, o apartamento não pode ter acesso à internet. Inclusive, qualquer pessoa que entre na casa da ex-primeira dama deve deixar o celular do lado de fora do apartamento.

As visitas estão restritas a parentes de 3º grau e advogados que a representem em juízo. Para fiscalizar a prisão domiciliar, agentes da Polícia Federal farão inspeções entre 6h e 18h, sem aviso prévio.

Protestos

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A ida da ex-primeira dama para casa motivou protestos na esquina da rua onde ela morava com o ex-governador, no Leblon, Zona Sul do Rio. De madrugada, um pequeno grupo fez um panelaço na frente do prédio.

Já pela manhã, cartazes foram colocados na orla, na esquina da Avenida Delfim Moreira com a Rua Aristides Espínola. "Direito iguais para as detentas pobres", diz um dos cartazes. "Detenta consumidora", estava escrito em outro.

Presa desde dezembro do ano passado, Ancelmo foi beneficiada por uma liminar do Superior Tribunal de Justiça, concedida na sexta-feira (24).

Fonte: G1

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