09 de Outubro, 2025 19h10mCidade por gazetacrnews

Crise financeira da Santa Casa afeta toda a saúde de MS

A Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande (ABCG) solicitou, com caráter de urgência, audiências com a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e com o governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP) para trat

A Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande (ABCG) solicitou, com caráter de urgência, audiências com a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e com o governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP) para tratar sobre a prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme decisão liminar vigente.

Mesmo com um terço do orçamento do Município (R$ 2,1 bilhões de R$ 6,87 bilhões este ano e R$ 2,25 bilhões de R$ 6,97 bilhões previstos para 2026), a Saúde campo-grandense vem experimentando constantes colapsos em leitos hospitalares, seja adulto ou pediátrico, números que foram confirmados por hospitais ao Correio do Estado.

A Santa Casa enfrenta um cenário crítico de sustentabilidade financeira. Desde agosto de 2023, os contratos com o SUS são prorrogados sem qualquer reajuste no valor-base, o que tem gerado desequilíbrio frente ao aumento progressivo dos custos hospitalares.

Em março, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, foi informado que a Santa Casa tinha um déficit anual de R$ 158,85 milhões. O número resulta da desproporção entre os valores recebidos pelo hospital e os custos que precisa arcar.

Nesta mesma audiência, o deputado Pedrossian Neto (PSDB) levantou o seguinte questiomento:

“A Santa Casa tem custo mensal de R$ 45 milhões e consegue auferir em receita da União, do Estado e do Município de Campo Grande apenas 32 milhões aproximadamente. E eu pergunto como uma instituição faz para continuar aberta precisando, a cada mês, de R$ 13 milhões?”

A instituição não tem recebido recursos provenientes de ações judiciais já reconhecidas contra antigos gestores da saúde, atualmente em fase de cumprimento, o que agrava ainda mais a situação econômica da entidade.

Com isso, o hospital acumula dívidas com fornecedores e prestadores de serviço, comprometendo a capacidade de manter os atendimentos essenciais à população.

Outro problema enfrentado pela Santa Casa é a alta taxa de ocupação dos leitos. O hospital informou que são disponibilizados 637 leitos para o SUS, sendo 609 entre UTI e enfermarias, 23 leitos de pronto-socorro e oito de Unidade Coronariana. Deste todo, 80,87% estão ocupados, com um tempo médio de permanência de 9,91 dias.

Porém, este não é um problema apenas da Santa Casa. No Sistema de Gestão de Saúde (SiGS), portal disponibilizado pela Prefeitura para verificação de leitos e tempo de espera em cada Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Centro Regional de Saúde (CRS), cinco unidades aparecem com leitos lotados, tanto para emergência quanto observação: 

Publicidade

UPA Vila Almeida
UPA Coronel Antonino
UPA Leblon
UPA Santa Mônica 
UPA Moreninhas.
Nas outras unidades, há pouquíssimas vagas em leitos, seja para emergência ou observação. Os dados são atualizados a cada duas horas no site.

UPAs lotadas
Pelo lado da administração pública, não há qualquer sinalização para melhorar o quadro de falta de leitos, muito menos um plano. Os membros do Comitê Gestor da Saúde, que fazem, às vezes, a função de secretário, ainda não entregaram nenhuma proposta neste sentido. 

O Correio do Estado verificou na quarta-feira (8) a situação das unidades que dá aos usuários da saúde pública o seguinte panorama: 

Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS) - nove leitos de Centro de Terapia Intensiva (CTI) adulto, nove leitos na Unidade Coronariana (UCO), nove leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica e seis leitos de UTI neonatal. Todos com 100% de ocupação; 
Santa Casa - 637 leitos para saúde pública, sendo 609 entre UTI e enfermarias, 23 leitos de pronto-socorro e oito de C.O., dos quais 80,87% estão ocupados.
Hospital Adventista do Pênfigo (HAP) - 20 leitos de UTI e 30 leitos clínicos contratualizados com a Prefeitura de Campo Grande e mais 10 leitos de UTI e 20 leitos clínicos com contrato vigente com o Estado, acordo este que vai até novembro. Todos se encontram ocupados.

 

 

 

Publicidade

Comentários

Notícias relacionadas

Nelsinho é o primeiro parlamentar de MS a receber o Diploma de Honra ao Mérito dos Negócios Estrangeiros do Japão

Aos 75 anos, Bernardo Tibana — ex-presidente da Associação Esportiva e Cultural Nipo-Brasileira e atual conselheiro da entidade — manifestou emoção ao presenciar o momento histórico. “Nunca

15 de Outubro, 2025

PF já tirou de facções criminosas R$ 146 milhões neste ano em operações em MS

Somente neste ano, em operações realizadas exclusivamente pela Polícia Federal (PF) em Mato Grosso do Sul, foram retidos de facções criminosas no Estado R$ 146 milhões em recursos provenientes,

23 de Novembro, 2025

Padre é torturado, morto com martelo e tem corpo enrolado em tapete no interior de MS

O corpo do padre foi encontrado enrolado em um tapete, com cortes profundos no pescoço e ferimentos na cabeça Por Mirelle Pinheiro  O padre Alexsandro da Silva Lima ( foto em destaque ), de 44 anos

16 de Novembro, 2025