Uma demonstração que o povo sulmatogrosensse não aceita mais a imposição de poder de caciques e coronéis da política. O manifesto é pala permanência do promotor Marcos Alex Vera na coordenação do GAECO.
Campo Grande - A campanha "Abraço Cívico na Sede do Gaeco" que se espalhou rapidamente pelas redes sociais, organizou, desde as 10h deste domingo (27), um manifesto que iniciou tímido, com a presença de aproximadamente 30 pessoas, na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), no Jardim Veraneio, região Parques dos Poderes, em Campo Grande. A mobilização encerrou animada, no final desta manhã, com pouco mais de 100 manifestantes fazendo carreata e 'buzinaço' pela cidade.
A mobilização ocorreu após o Gaeco confirmar que o promotor Marcos Alex Vera não é mais o coordenador do órgão, porque saiu por 'decisão única', para realizar 'novos projetos'. “Sou contra a saída dele porque é a única pessoa que estava fazendo algo contra a corrupção, mexendo na ferida”, contou o empresário Orivaldo Benites, de 46 anos, durante o movimento.
A revolta dos manifestantes é que eles não acreditam nessa história de 'saída por vontade própria'. “Apesar da data não ser propícia por conta do final do ano, temos que nos manifestar. Não adianta a mobilização ficar só nas redes sociais, porque não muda em nada. A corrupção está tomando conta e nós temos que fazer a nossa parte”, destacou o cabeleireiro Nilton Costa.
A mobilização contou com cartazes: “Promotor Marcos Alex Vera Mato Grosso do Sul orgulha-se de você” e “Marcos Alex Vera o senhor é a voz do povo”. Líderes pegavam o megafone para se pronunciar: “Temos que nos manifestar sem medo. Hoje em dia está melhor ficar preso do que do lado de fora, convivendo com a corrupção”, disse Ronaldo Gaeta, 57 anos. “A mídia não pode ficar alheia e se calar diante dessas atrocidades”, destacou o representante comercial, Urias Rocha.
“2016 é ano eleitoral e vamos fazer uma faxina em Campo Grande. Vamos varrer a Câmara Municipal”, bradou a professora aposentada, Margarida Gomes Hortiz, de 73 anos, contando que fez questão de pagar R$ 80 para sair de sua residência no Conjunto União e lutar por seus direitos. Além disso, muitos manifestantes aproveitaram a oportunidade para dizer que o movimento era apartidário.
Apoiadores do prefeito Alcides Bernal (PP) tiveram presentes, como a secretária da SAS (Secretaria de Assistência Social), Marcela Rodrigues Carneiro e a diretora-presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg), Ritva Cecília Vieira. “É um ato democrático, estamos aqui para apoiar o Alex. Ficamos sabendo pelas redes sociais e resolvemos prestar apoio”, disse Leila Machado, secretária Municipal de Educação.
A mobilização encerrou após todos ficarem em círculo, de mãos dadas, fazendo uma espécie de “abraço simbólico” desde a rua até a frente da sede do Gaeco. Em seguida, cantaram o Hino Nacional, saudaram com palmas dizendo “Viva o Gaeco”. No fim, todos partiram em carreata, com 'buzinaço' e a promessa que o movimento irá repercutir em suas casas e vidas.
