Em Campo Grande, consumidor pagava R$ 297 em janeiro e vai pagar R$ 354 no mês que vem pelos mesmos 300 kWh consumidos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem reajuste de 52% na bandeira vermelha patamar 2. A partir de julho, a taxa adicional cobrada nas contas de luz passará de R$ 6,24 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 9,49.
Na prática, o consumidor paga mais que o valor referido, pois ainda impactam as taxas estaduais e municipais sobre a conta de luz.
Em Campo Grande, o aumento real sentido será de 5% na conta de energia elétrica já no mês que vem.
“O aumento da bandeira tarifária vai causar impacto de 5% nas contas. E pode ser maior dependendo da faixa de consumo e impostos”, explica a presidente do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa MS (Concen), Rosimeire Costa.
O impacto deve ser ainda maior para agosto e nos próximos meses, já que a agência vai rever os parâmetros para cálculo da bandeira.
“Eles decidiram projetar um valor para cobrir o deficit para 2021. Aumentou 52% agora em julho e vamos pagar esse valor de R$ 9,49. Ficou acertado também que eles abrirão para audiência pública para flexibilizar o reajuste. O que pode fazer com que agosto tenha um novo valor. Até a semana que vem, essa flexibilização pode ser aprovada”, avalia Rosimeire.
Técnicos da Aneel haviam calculado que a cobrança extra na bandeira vermelha patamar 2 deveria ficar entre R$ 11,50 e R$ 12 para cobrir os custos da contratação de térmicas durante a maior crise hídrica dos últimos 90 anos.
Com a falta de chuvas entre junho e setembro, os principais reservatórios das usinas hidrelétricas do País sofrem com a seca, e as usinas térmicas passam a ser acionadas para garantir o abastecimento.
Conforme já adiantado pelo Correio do Estado, a energia gerada por termelétricas é 13 vezes mais cara que aquela gerada por hidrelétricas. Enquanto a energia térmica custa R$ 1,5 mil por megawatt [MW], a energia das hidrelétricas custa R$ 114 por MW.