Polícia Civil de Paraíso das Águas investiga caso de pedofilia virtual contra uma criança de apenas 8 anos

O delegado de Polícia Civil, Dr.

Noticias gazetacrnews em 09 de março, 2021 21h03m
Delegacia de Policia Civil de Paraíso das Águas.
Delegacia de Policia Civil de Paraíso das Águas.

O delegado de Polícia Civil, Dr. Alexandro Mendes de Araújo e sua equipe trabalha com toda intensidade para esclarecer um caso de crime de pedofilia virtual contra uma criança de 8 anos em Paraíso das Águas.

De acordo com o delegado, uma criança de apenas 8 anos de idade, recebeu várias mensagens de um pedófilo, através de suas redes sociais, onde pedia fotos íntimas (nudes) e chegou a enviar imagens de seus órgãos genitais.

Ao constatar o crime, a mãe da criança, procurou a Polícia Civil, que agora, apura o caso.

Para o delegado, as investigações preliminares dão conta de que o criminoso faça parte de uma rede internacional de pedofilia virtual, podendo ser até de outro continente, o que deverá ser apurado com mais precisão, até com o apoio da Polícia Federal, para tentar esclarecer este crime.

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"O que acende de fato o alerta para todos os pais e responsáveis de menores, é que os cuidados sejam redobrados quanto ao uso de celulares e computadores. A criança e o adolescente deve ser monitorado com frequência pelos seus responsáveis e ainda, com quem está andando, as companhias e o que andam fazendo. É obrigação e responsabilidade dos pais", destacou Dr. Alexandro.

Cerca de 320 crianças e adolescentes são abusados sexualmente por dia no Brasil. Este número representa cerca de 70% de todos os casos que envolvem abuso sexual no país. Os dados foram divulgados pela Organização dos Advogados do Brasil (OAB), do Rio Grande do Sul.  

Neste contexto, uma ferramenta capaz de facilitar esse abuso, seja por meio da propagação de fotos ou do contato contínuo, é a internet, o que coloca também em foco outro índice, este publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância. Segundo a entidade, 85% das crianças e adolescentes brasileiros já são usuários da internet. 
 
“Neste meio, existem várias redes sociais que os pedófilos usam para atrair as crianças e adolescentes. Isso porque, apesar de existir uma idade mínima para criar perfis em determinadas plataformas, há como criar contas mentindo a idade, por exemplo. Além disso, os próprios criminosos podem criam contas fakes e se passam por crianças, o que facilita o primeiro contato”, explica a psicóloga, educadora parental e especialista em parentalidade positiva Fernanda Teles. 
Outro fator capaz de provocar a ocorrência de casos de pedofilia virtual, segundo a psicóloga, é a facilidade desse contato por meio de redes sociais e jogos. A internet é um mundo totalmente desconhecido, no qual tudo pode acontecer. Justamente por isso, o pedófilo age de forma natural por estar em casa e não estar, também, sujeito a uma exposição.
 
"Dessa forma, ali, ele pode criar uma identidade e não se mostrar, o que torna fácil e cômodo para o abusador tentar, por inúmeras vezes e com diversas pessoas diferentes, o primeiro contato. Posteriormente, então, ele passa a criar uma relação de abuso.” 
 
O estado emocional da criança e do adolescente, por vezes fragilizado pela experiência familiar tida em casa, pode vir a torná-lo um alvo em potencial para os abusadores. Isso se justifica, de acordo com Fernanda, pela necessidade, em alguns casos, de aceitação e ajuda, o que os pedófilos, visando o abuso sexual, oferecerão de antemão a possível vítima. 
 
“Uma criança e/ou adolescente com uma autoestima desequilibrada ou com dificuldades afetivas familiares ao encontrar alguém que teoricamente o ajudaria tende a se tornar uma presa fácil, pois no mundo virtual não existe contato olho no olho e nem medo de conversar com o estranho. No meio on-line tudo flui muito rápido e, por isso, estes ambientes se tornam propícios para esse tipo de ação”, comenta a especialista. 
 
Este mesmo cenário se torna ainda mais preocupante em meio ao isolamento social, visto que com a necessidade de passar mais tempo em casa, e com o próprio home office dos pais, o tempo de conexão das crianças e adolescentes se elevaram, o que, para Fernanda, resulta em “terra fértil” para a ação de abusadores.  
 
Os dados divulgados pela ONG Safernet Brasil representam bem este pensamento. De acordo com os índices, somente no primeiro mês de distanciamento - março - os casos de pedofilia virtual subiram 190%. Ainda, segundo a entidade, o acesso de páginas de pornografia infantil subiu 69%. 

 

 
Atenção e prevenção 
 
A fim de prevenir o contato via internet com abusadores e evitar a ocorrência de casos de pedofilia virtual, a educadora parental pontua ser importante manter um diálogo saudável e contínuo com crianças e adolescentes, a fim de estabelecer uma relação de confiança entre pais e filhos. Para Fernanda, o monitoramento de redes e aparelhos eletrônicos não é a medida mais eficaz. 
 
“Existem muitos aplicativos para controlar tempo de uso de celular e para verificar o que o filho tem ou não assistido. Mas o que eu recomendo é manter uma boa relação com a criança e/ou adolescente, com muito companheirismo. O mais importante é isso, construir e manter uma um lar com relações de confiança, porque se os pais punem, gritam, xingam e castigam, eles acabam empurrando os filhos para viver situações parecidas, pois os abusadores reconhecem essas fragilidades para usar como ‘arma’."
 
Então, segundo a especialista, manter uma boa relação é fundamental para propiciar um local seguro de conversa e desabafo para os filhos, e este é o meio mais eficaz de prevenir a pedofilia, doenças psíquicas e demais acontecimentos indesejáveis.”
 
Além disso, para Fernanda, é de suma importância que os pais conheçam seus filhos e se atentem aos sinais apresentados por eles. Isso porque, além de prevenir, é preciso combater casos que podem, por ventura, estar acontecendo.
 
“É preciso ficar alerta com as mudanças de comportamento, como medos repentinos, ansiedade, agressividade e culpa, pois esses podem ser sinais de que algo está acontecendo, seja relacionado à pedofilia ou demais abusos. Por isso, é importante que os pais se atentem a isso e abram um espaço ainda maior para o diálogo.” 
 

Crime 

 
De acordo com a Lei nº 11.829, de 25 de 2008, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), várias atividades relacionadas à produção, difusão e consumo de pornografia infantil são crimes com penas de reclusão entre um e oito anos, além de multa.  
 
Deste modo, produzir, participar e agenciar a produção de pornografia infantil; vender, expor à venda, trocar, disponibilizar ou transmitir pornografia infantil; adquirir, possuir ou armazenar, em qualquer meio, a pornografia infantil e simular a participação de crianças e adolescentes em produções pornográficas, por meio de montagens são práticas consideradas criminosas. 
 
Além disso, a atividade de aliciar crianças, pela internet ou qualquer outro meio, com o objetivo de praticar atos sexuais ou para fazê-las se exibirem de forma pornográfica, também é crime com pena de reclusão de um a três anos, e multa. Ainda, de acordo com ECA, o acesso frequente a tais imagens, assim como a filiação a sites de pedofilia, estarão sujeitos à investigação criminal. 
 
*Com informações adicionais do assunto, do Portal Estado de Minas Saúde



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