Aumenta o valor do frete das exportações para a China

Da Redação – A desorganização dos fluxos do comércio global provocada pela Pandemia, fez explodir o pre&ccedi

Empresas e Negócios gazetacrnews em 30 de março, 2021 02h03m

Da Redação – A desorganização dos fluxos do comércio global provocada pela Pandemia, fez explodir o preço do frete entre a China e o Brasil – hoje cinco vezes mais caro do que em um ano atrás, e, elevou o custo de importação de insumos pela indústria brasileira. Agora a ameaça é atrapalhar as exportações de carnes e frutas. Segundo fontes do setor de comércio exterior, a falta de contêineres refrigerados, essenciais para o transporte desses produtos, vem atrapalhando embarques. O bloqueio do Canal de Suez – que fica no Egito, e por onde passa 10% do comércio global, após um meganavio encalhar na quarta-feira, 24, poderá agravar ainda mais o problema.

O primeiro problema se deu com a escassez de contêineres refrigerados, antes do boqueio de Suez surgir no radar, ocorreu no fim do mês passado, segundo executivos da Hamburg Süd, transportadora marítima integrante do grupo dinamarquês A.P.Moller-Maersk. Esse desequilíbrio se insere no contexto mais amplo da desorganização dos fluxos de transporte, cujo maior reflexo é o encarecimento do frete para a China, fenômeno global verificado desde meados de 2020, que ainda não foi dissipado.

Com a Pandemia, ainda em 2020, restrições ao comércio e ao transporte e a queda na demanda paralisaram navios mundo afora. Com o distanciamento social em todo o mundo, se passou a gastar mais com produtos de que com serviços. Houve falta de contêineres e navios, enquanto as operações seguiam, em alguma medida, mais lenta por causa dos protocolos contra a covid-19. Uma tempestade perfeita, segundo o setor de transporte marítimo.

Como resultado, o transporte marítimo entre Brasil e China disparou. Por um lado, os insumos vindos da China para fabricar produtos como eletrodomésticos e eletrônicos e roupas ficam mais caros. Pressionadas, essas indústrias aumentaram os preços ao consumidor. No lado das exportações, os mais prejudicados são os produtores de carnes e frutas, devido ao desequilíbrio na logística de transporte. O Brasil exporta soja, milho e minério de ferro em grandes graneleiros fretados por inteiro. Esse tipo de transporte não foi afetado. Agora, a carne e as frutas são por contêineres refrigerados, e esses estão faltando.

Até fevereiro desse ano, já soma 5% o volume de entregas de produtos como carne e frutas que deixaram de ser exportadas or falta de logística, segundo informou José Salgado, diretor executivo da Hamburg Süd no Brasil. Para solucionar o problema, a empresa faz busca no mercado até por contêineres antigos cuja vida útil pudesse ser ampliada e com manutenção alugando navios adicionais.

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Para transportar as frutas e carnes brasileiras, são usados contêineres refrigerados. As exportações de carnes são muito mais rentáveis e volumes maiores de que a de frutas. O Brasil é o maior produtor e exportador de carne bovina do mundo, com 2 milhões de toneladas de carne vermelha no ano passado, com uma receita de US$ 85 bilhões. As frutas vendidas do Brasil mundo afora fora 1 milhão de toneladas, com receita de US$ 876 milhões. Esses dados foram fornecidos Abiec, associação dos exportadores e pela Abrafruta, entidade do setor.

Um cliente grande de frutas, exporta 600 contêineres de limão por ano. Um cliente grande de carne, exporta mil contêineres por semana, afirmou Bruno Carneiro Farias, presidente da F Trade.

Os transportadores dão preferência para as exportações de carne, que são mais lucrativas. Os principais clientes desse setor são companhias, como JBS, BRF e Mafrig. Outro diferencial é que a produção de carne não tem muita sazonalidade, os embarques são constantes ao longo do ano. As frutas têm safra, com pico de produção. No Brasil são exportadas apenas de 2 a 35 da produção total de frutas. O maior consumidor é o mercado interno.

Fonte: Jornal Noroeste Paulista.

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